O mar me assusta.
Não tem calçada, não tem rua,
não tem onde colocar meus pés.
Se eles flutuam o tempo todo perdem a planta,
somem os solados,
mas não nascem nadadeiras.
O mar do amar não dá pé.
Afundo, bóio, nado.
Mas não sou peixe e logo me canso.
Vim do mar faz tempo,
perdi a memória natatória.
E o mar do amar é fundo,
não dá pé.
Respiro líquido somente no útero materno,
no mar preciso nadar sobre as ondas pra respirar.
Uma contradição.
Como amar sem mergulhar profundo?
Eugênia Amaral
Zé Renato, amigo querido:
ResponderExcluirQue gentileza a sua em postar minha resposta sobre o "seu mar". Achei muito gostoso ficar brincando de aprendiz de "poemisa". (Não sei a razão, mas "poetisa" me soa pedante).
Beijos.
Eugênia
Ah! O tal poema é bem mais curto. Ele termina na primeira vez em que aparece a frase "como amar sem mergulhar profundo". Vc ficou animado e copiou e colou tudo duas vezes.
Um interessante poema que falando do mar está a falar do amor. Parabéns então à "poemisa".
ResponderExcluirUm abraço.