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Este deverá ser um espaço onde amigos compartilhem suas criações e as discutam. Se desejar entre em contato para discutirmos o desenvolvimento do blog e participações. delbenbr@hotmail.com

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Hoje em São Paulo uma criança de 11 anos atirou na professora e se matou. Uma criança! Não foi tentativa de assassinato nem suicídio, foi um roubo, foram muitos roubos. Roubamos, eu roubei, tu roubaste, ele roubou, nos roubamos,....., não são suficientes os sujeitos diretos e indiretos na lingua portuguesa para distribuir tanta culpa. Uma vida mal havia começado e terminou. Mas será, será que havia vida? Vida de criança? E os sonhos, quando os perdeu? Mas crianças não perdem os sonhos, alguém os rouba e quem os roubou? Crianças possuem voz para falar, cantar, rir, chorar, pedir,implorar. Quem a ouviu, quem roubou sua voz? Criança tem esperança e esta foi roubado? Que ser dos infernos rouba a esperança de uma criança? Elas têm tanto a oferecer, a crescer, desenvolver, retribuir e roubaram estes direitos dela.
Milhões, bilhões, de outras que são roubadas de suas vidas diariamente e morrem no corpo se não na alma. Acabam com o corpo e a alma mirradas vagando num mundo que não aceita as fraquezas e as persegue.
Os políticos corrúptos, os corruptores, os maus deste mundo.....não! Nos! Nos que desviamos o rosto, que evitamos olhar ou ouvir, que deixamos acontecer o mal, cometemos diariamente o crime de lesa-humanidade. Somos todos torturadores.
Alguns de nós discutimos filosofia e nos achamos super-humanos, outros de nós religião e nos classificamos como melhores ou piores que os demais. Alguns de nós nos entretemos com artes e nos aproximamos das musas do Olimpo. Somos todos nobres, altos e elevados em nossas atividades e nos rebaixamo à cegueira e insensibilidade. Frequentemente estes de nós relegamos os fracos e frágeis como menos humanos ou mesmo diabólicos. Mas nenhum extende a mão a um indivíduo, ou a voz à multidão ou seus atos aos poderosos. Alguns de nos abraçamos com o coração nossos times e timões, ou os partidos políticos e julgamos uns certos e outros errados e dividimos e, de tanto nos importarmos com isto, não colocamos o ser-irmão acima das idéias e ideais. Alguns de nos até fazem passeatas para a liberação desta ou daquela droga.
Somos todos culpados desta morte e de outras. Não passamos de animais em bando que quando aparece o predador abandonamos o mais fraco para sobreviver. Discutimos ciência e razão, filosofia e psicologia, religião e humanidade. Mas, na hora que é para valer nos reduzimos a elementos de manada. O que é horrendo é que temos consciência e consciência de a termos e nos deixamos animalizar da pior forma que é o "humananimalizar". Não atingimos nem o estágio evolutivo para  nos tornarmos Mefistófeles e nos tornamos diabretes imbecilizados. Somos Legião. Que vergonha meu Deus!


José Renato Delben
22/09/2011 - luto

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pena Musical

Tenha dó, está tudo sustenido e ficando lá.





José Renato, 25/08/2011



SERÁ?


Para que o saber sem sabor? A emoção é sabor em si ou a procura dele? É motivo e motor da ação? O desenvolvimento da razão torna o emotivo fingido? Qual a cor, o sabor e o som da lucidez?  O excesso de lucidez elimina as sombras e dissolve a forma do mundo? Há tolos que o são por entenderem em demasia a sensatez? Se entrevado é paralítico quem em trevas está é o que? Vale a pena o amargo quando é o único sabor possível? Perguntar, perguntar, perguntar.....que triste sina.





José Renato, 25/08/2011

domingo, 27 de março de 2011

A pimenta tem que ser da cor do fogo que abraza o suor abundante. O vinho deve ter a cor do sangue hematoma dos corações feridos ou curados. O pão deve ser branco como a pureza de todo o dia. E a carne deve ter a cor e a suculência que quiser e mudar segundo os desejos das pimentas, dos vinhos e dos pães.


José Renato
27/03/2011

Vida

A minha vida, a tua vida, a vida tu....não existem. As areias, o tempo e a vida não podem ser possuídos por entre os vãos dos dedos. As mãos servem apenas para brincar de escoar e amontoar castelos e desenhar sombras. A ilusão da mente e coração meus ordenam o aleatório e torna fato o que é fátuo. A vida eu, a vida você, a vida nós, independem do eu, de você, de nós. E o eterno círculo eu que não sou eu que recorda a vida que eu não tenho, mas sou, se eterniza no giro da ampulheta. Maia.


José Renato
27/03/2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

FLUXO

A menina abandonou a flor na água da pequena fonte, reclinada em sonhos murmurantes.
Por águas coriscantes, noites escuras, sois brilhantes, lentos meandros, foi levada.
Por águas claras ou escuras, lentas ou rápidas, desejou moços e velhos barcos viajantes.
Mas, no mar tão imenso, indiferente, igual por todo lado, se findou despetalada.

Naquela fonte, meninas sonhadoras, se reclinam descuidadas, como se nunca, como antes.
Outras flores ainda singram águas, noites, sóis, inexoravelmente rumo ao nada.
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José Renato
13/02/2011