Museu
Durante muito tempo pulei o muro para espiar. Construção imóvel e volátil. Curiosa ela, curioso eu que a espiava. Olhava pelas frestas da porta quando a deixavam entreaberta, pelos vidros das janelas ou por onde fosse permitido. Ouvia quem a visitava e suas falas, seus choros, seus risos. Já havia estado lá por vezes e sempre ficava tentado a entrar e participar dos ritos lá celebrados. Agora volto para a casa das musas e da poesia. Será que trago ainda angústias, amores, revoltas e intensidade suficientes para tributar o meu reingresso?
Nenhum comentário:
Postar um comentário