Há 11 anos
domingo, 8 de setembro de 2019
quarta-feira, 9 de maio de 2018
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
INTERROMPEU-SE
Desperdiçou
Desperdiçou tantas dores
De aperto, de pontadas
Dores de vazio e de amores
E dores de ardência
Que nem são de todo dores
Desperdiçou
Desperdiçou delícias
de aperto e de pontadas
de doces e malícias
E delicias de ardência
que nem são de todo delícias
Desperdiçou
Desperdiçou solidão
De aperto e de pontadas
De amarguras sem razão
Solidão de dormências
Que nem dormências são
Desperdiçou
Desperdiçou amores
Amores delícias
Amores dores
Amores solidão
Que nem bem amores são
Desperdiçou
Se interrompeu
Não suportou
Tantos sabores!
Pouco saber
Pena!
José Renato Delben
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Eu, você e o tempo
Existem o tempo e o espaço, e por isto existem as coisas.
Existe a duração das coisas e do estado das coisas.
Por existir a consciência das coisas e dos estados desejamos
a duração extrema e os estados perfeitos.
Mas pela consciência somos. Eu sou, tu és, eles são. E pela
efemeridade do estado de ser acumulo coisas e gasto tempo.
Quero a plenitude, então quero o meu tempo e quero o seu tempo. Olho para
você e olhe para mim. Demoremos uns nos outros. As coisas passam, mas eu
perduro.
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
segunda-feira, 27 de junho de 2016
A ESPERA
Não sei mais ser poeta, penso eu há certo tempo. Abandonaram-me
os alimentos da poesia, os medos, as angústias, as paixões enfim. Parecia-me
abandonado pelos sons do coração e mente. Sem mais tum-tuns e paratibuns. Sem
mais, até mesmo, os zam-zin-zuns. Pensei sem dor que minha alma é só silêncio.
Mas revelei-me que o que confundi com silêncio era um suave e constante
ohmmmmmmm. Era e é uma espera do parto de algo ainda não sabido, mas intuído. E
tudo será ohm-tum-mmm-zim-sum-patibun-ohmmmm.
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Me peguei escrevendo neste retângulo branco. Serei, por
isto, filósofo, poeta ou literato? Ser ou não ser, eis a questão. O elétron é
onda ou partícula? Deus existe ou não existe? E se todo sim e todo não fossem a
mesma coisa? E se meu EU e meu Ego fossem uma coisa só? Afinal quem ou o que
possui o Eu ou o Ego? Penso logo sou ou sou logo penso? Sou aquele ou aquilo
que pensa ou pensar é aquilo que sou? Aquele ou Aquilo que disse sou o que sou
poderia ter dito possuo o que possuo, ou ainda sou o que possuo? Se existem a
matéria e seus processos, o pensamento e a consciência de ser seriam apenas resíduos
dos processos físico-químicos? Toda a consciência de sermos e toda senciência seriam
apenas ilusões? Iludidos seriam aptos a julgar ilusões de outros alegados
conscientes? Partes ínfimas do infinito poderiam adquirir a ilusão, ou crença
absoluta, da verdade sobre o sim e o não? Todo aquele que é tem medo de não ser
e alguns seres, por isto, promovem o não ser dos que ameaçam sua maneira de ser.
Acreditar absolutamente no sim ou no não faz com que o ser seja mais ser que o
outro?Paro por aqui ou não paro, esta é outra questão.
domingo, 16 de agosto de 2015
Imperfeito graças a Deus
Ser perfeito,
feito e acabado, sem que nada falte e nada possa ser acrescido. De tal forma
todo feito por todo que qualquer mudança desfaz o feito e vira desfeito ou
defeito. Tão lisa e regular a superfície e tão homogêneo o interior que são
monotonia de forma e de cor e a beleza é tediosa. Mas os defeitos, os
buraquinhos no âmago do ser, geram filigranas e rendilhados, e a luz sobre a
textura surpreende e encanta tanto na forma original quanto pelo dançar das
sombras e aparece a beleza do jogo na coisa em sí e na interação com a luz. As formas
se dissolvem na plena escuridão ou na plena luz e isto por si só explica o Autor realizar o eterno jogo do vir a ser. Imperfeito sim, graças a Deus.
domingo, 9 de agosto de 2015
O Universo e o Ser
“Que gostaria de dizer em meu trabalho científico e filosófico, a minha
principal preocupação tem sido com a compreensão da natureza da realidade
em geral e de consciência em particular como um todo coerente, que nunca é
estática ou completa, mas que é um processo interminável de movimento e
desdobramento ....".
(David
Bohm: Totalidade e a Ordem Implícita)
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O universo existe.
Nossa inteligência concebe isto e não o nega.
Alguns até já disseram
que é tudo ilusão e não passa de um sonho. Se for um sonho existe um sonhador
que por sua vez existe realmente em algum lugar. Denominemos isto ou aquilo de
universo.
Existindo o universo
ele é circunscrito em fronteiras ou é infinito?
Estando em constante transformação
ao menos no nível percebido pelos nossos sentidos e assentido pelo intelecto
nos níveis detectáveis por instrumentos de medida sabemos que não é estático. Constata-se
também que está em expansão. Desta forma as coisas conhecidas que compõe o universo
estiveram inicialmente concentradas em um volume relativamente pequeno do
espaço. Se o universo for do tamanho do volume do conjunto de coisas que o
compõe não é infinito. Então além de suas fronteiras há o que? Um vazio tamanho
que poderia chegar à inexistência até mesmo do tempo e do espaço? Ou estaria
imerso dentro de algo maior, até mesmo infinito do qual se criou por uma
flutuação qualquer? Se bem que deveríamos considerar o paradoxo de flutuações
necessitarem do conceito de tempo para serem definidas.
Que nome daríamos a
este algo maior (muito maior) que o universo? Vazio, espaço, matriz? Isto
possui extensão e seria infinito? Só se poderia dizer que é infinito se pudéssemos
definir extensão como uma de suas propriedades. E como definir extensão se não
definirmos uma estrutura, ou sua variação, mensurável. Se possuir estrutura
imutável teria havido flutuações que permitissem o surgimento de nosso universo?
Haveria neste caso tempo neste algo que poderia ser infinito? Este algo teria
sido criado ou existiu por todo o sempre?
O fato é que concebemos
os infinitos e os eternos da coisa ou do vazio em que se insere a coisa.
Concebemos ainda a possibilidade hipotética da finitude temporal e espacial da
coisa e um vazio sem forma e sem tempo em derredor, se bem que não alcançamos a
essência deste vazio. É maravilha das maravilhas seres de extensão e duração
infinitesimalmente pequenas conceber infinitos e eternos dos quais faz parte. A
parte pode compreender o todo?
Há de se perguntar
também se os seres viventes com inumerável variedade de inteligências existem
também numa matriz primeva e fundamental. Memórias e processos intelectivos são
armazenados nesta matriz? Ou são apenas sediados na matéria e em suas
transformações químicas e estruturas? Se formos apenas um conjunto de reações
químicas, estas reações químicas sabem, ou imaginam, que são apenas reações
químicas que sentem medo de cessarem. Sentem amor, ódio, raiva, esperança,
angústia e até imaginam. Criam até mesmo mundos imaginários que imprimem, ou
animam quando não guardam para si. E isto em si já é algo espantoso.
A Inteligência acima de
um limiar julga ter consciência de si mesma e do todo em que se insere. Ela
percebe à medida que se desenvolve a dimensão relativa de sua existência e,
assim, cada vez menos acredita ter respostas definitivas e perfeitas para as
coisas. Não se contenta mais com querelas primitivas, quando baseadas
em certezas e absolutos, tais como se há Deus ou não. Não afirma mais que isto
ou aquilo é absurdo, pois vê o absurdo em tudo que existe. No limite tudo é
impensável ou inimaginável. E o espanto prevalece.
Museu
Zeca Diabo - 2015
segunda-feira, 18 de março de 2013
Quididade
Quididade
הְיֶה אֲשֶׁר אֶהְיֶה
Eu sou o que sou
Eu serei o que serei
Êxodo 3:14
Êxodo 3:14
O que fazer? O que é, é. O que
não é nunca vai ser.
Numa vida, de duas coisas únicas
e inevitáveis não podemos fugir: nascimento e morte. Tudo pode se repetir, mas
estas duas coisas não. Tudo pode ser concertado bem ou mal. Nascimento e morte
já são em si coisas certas e acertadas.
Quem sabe?
Mas o que é a vida e o vivente?
Como a vida parece ser por
princípio inevitável: há de surgir, mesmo em condições adversas, então seríamos
conseqüência de um P(p)rincípo V(v)ital Universal (parênteses opcionais e à
gosto). E aparentemente somos conseqüência de um processo evolutivo que forçou
o aumento e variedade das inteligências. Então poderíamos ser conseqüência de
um P(p)rincípio I(i)nteligente Universal. Seremos emanações deste Princípio?
Imagem e semelhança de uma Fonte ou Reservatório de inteligência?
Quem sabe?Mas a grande questão, maior que todas, e por isto fugimos dela inventando religiões e ideologias é: O que fazer com a parte que nos cabe da Vida? Esta questão pode ser reformulada segundo algumas vertentes de pensamento. Dentro do caos conflituosos de emoções, certezas e dúvidas, como nos tornarmos íntegros e indivíduos? A vida deve privilegiar a procriação, os gozos e paixões? A renúncia ou anulação de si mesmo na tentativa de anular o ego é desejável e possível? É a solução?
Tão poucas e limitantes respostas existem para perguntas tão importante e que se desdobram em uma legião que frequentemente devemos ser filosóficos voltando à: O que é, é. O que não é nunca vai ser.
Seja feita a Sua Vontade.
José Renato Delben
18/03/2013
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